terça-feira, 22 de setembro de 2009

Verbos no Infinitivo

Conceitos:
Antes de entender de uma vez por todas o emprego do infinitivo, urge saber que a eufonia (som agradável) deve imperar no seu emprego.

As regras trazidas pelas gramáticas não são sólidas e estão, segundo os próprios livros, submetidas ao princípio da agradabilidade sonora. Isso quer dizer que, em alguns casos, é possível renunciar às poucas regras enunciadas, em virtude de uma sonoridade mais natural e agradável.
Para entendermos as regras, vamos compreender alguns conceitos:

1) infinitivo – é o verbo em seu estado natural, terminando em ar, er ou ir (e or, no caso do verbo pôr).

Exemplos: cantar, estudar, vender, soer, partir, etc.;

2) infinitivo pessoal – é aquele que, como o próprio nome diz, se refere às pessoas do discurso. Exemplos: para eu amar, para tu amares, para ele amar, para nós amarmos, para vós amardes, para eles amarem. Veja que em tu, nós, vós e eles há uma terminação especial no verbo, que indica que ele é flexionado (mos, por exemplo, mostra que o verbo se refere à pessoa nós);

3) infinitivo impessoal – é o infinitivo que não se flexiona de acordo com as pessoas do discurso. Fica sempre do mesmo jeito: chorar, amar, sofrer, resistir, etc.
1) Tomemos como exemplo a frase A professora ensinou os alunos a estudarem. A Gramática padrão reza que o infinitivo deve ser flexionado:

A professora ensinou os alunos a estudarem. Por quê? É que essa frase tem dois verbos (ensinar e estudar), cada um com seu sujeito, o qual é encontrado perguntando-se Quem? ao verbo. Quem ensinou? A professora é sujeito; Quem estudar? Os alunos é o sujeito.

Viu só? Essa é uma das principais regras do infinitivo. É notório que, se os dois verbos possuírem o mesmo sujeito, o infinitivo será impessoal: Elas devem repor as energias (quem deve? Elas; quem repor? Elas). Ficaria bastante ruim Elas devem “reporem”.

Detalhe importante: se o verbo introduzido por preposição (principalmente a, sem, com, em, de) estiver no início da frase, preferir-se-á o infinitivo flexionado, mesmo que tenha o mesmo sujeito do outro verbo da frase: Sem comerem, ficarão desnutridos. Por eufonia, no entanto, pode-se manter o infinitivo não-flexionado, principalmente quando o verbo vier depois do sujeito: Ficarão desesperados ao encontrar o pai.
2) A professora mandou os alunos estudar ou estudarem? Tanto faz. Pode usar o infinitivo pessoal ou o impessoal (ver Deixa eu, deixa-me).

Atente nos verbos mandar, fazer, sentir, deixar, ouvir, ver, etc., quando seguidos de sujeito de um verbo no infinitivo. Nesses casos, o infinitivo pode flexionar-se ou não. Veja só: Você já deixou AS MENINAS brincarem (ou brincar)? Verbo deixar + sujeito (as meninas) + verbo no infinitivo (brincar ou brincarem).

Outros exemplos: Todos os deputados ouviram AQUELAS CRIANÇAS gritarem (ou gritar); Veja OS BOIS morrerem (ou morrer); etc. Observação: se o sujeito do verbo no infinitivo for um pronome oblíquo (o, a, os, as, me, te, se, nos, vos), o infinitivo obrigatoriamente será impessoal (não-flexionado).

Exemplos: Eu OS vi morrer (quem morrer? Os – que substitui os bois – é o sujeito; Você já AS deixou brincar?; “E não NOS deixeis cair em tentação”; etc.

Aconselha-se, no entanto, que o infinitivo seja flexionado quando a ação for reflexiva (sai do sujeito e volta a ele), recíproca (troca de ações entre seres) ou passiva (o sujeito sofre uma ação): Vi-os ajoelharem-se perante mim (a ação de ajoelhar residiu no próprio sujeito); Deixamos os garotos se olharem (um olhou o outro – troca de ações); Deixamos as moedas se gastarem (... as moedas serem gastas – veja que as moedas sofrem a ação de serem gastas).

Aliás, sempre que estiver na voz passiva, o infinitivo será flexionado se o sujeito for plural: Os trabalhos a serem feitos estão na mesa; O trabalho a ser feito...
3) Quando se quiser enfatizar que o sujeito da ação é indeterminado (não se sabe quem é ou não se quer revelar), o infinitivo é flexionado.

Exemplo: Ouvi falarem mal de você.
4) É bastante freqüente também a construção de locuções (locução, em Gramática, é o mesmo que duas ou mais palavras desempenhando o papel de uma) com os verbos continuar, estar, começar, acabar, tornar, etc. + preposição a ou de + verbo no infinitivo.

Exemplos: Elas começaram a chorar; Nossos primos acabaram de chegar; Vocês continuarão a nos provocar?; etc. Como se pode observar, o infinitivo não é flexionado nesse caso. Na verdade, ele já foi discutido, pois trata-se de verbos que possuem o mesmo sujeito.
5) Quando o infinitivo complementar adjetivos (fácil, difícil, bom, disposto, cansado, etc.), também não será flexionado.

Exemplos: Que exercícios difíceis de resolver; Os soldados estão dispostos a morrer pela pátria?; etc.

Por: www.cursoderedacao.com

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