domingo, 29 de novembro de 2009

Osasco, 27 de Novembro de 2009

Querido Aluno(a):

É muito bom ser lembrado, lembrado depois de tanto tempo, não por ter “dado nota”, não por ter feito uma prova fácil, não por ter terminado a aula mais cedo... mas lembrado pelo conhecimento que ficou fixado na memória. Enquanto somos adolescentes, o professor “legal” é aquele que aprova todo mundo direto, mas conforme amadurecemos olhamos para trás e discernimos aqueles que passaram em branco daqueles que nos deixaram algum legado.
Mensagens de ex-alunos são como vinho, quanto mais o tempo passa, mais valor tem. Espero ter plantado boas uvas, espero que se tornem bons vinhos, espero que nossos caminhos se cruzem nos anos vindouros.
Deve haver algum motivo para eu ser professor de português ao invés de poeta rsrsrsrs
Amigos são como a areia, vão e vem mas deixam marcas.
Não desista nunca se seus sonhos,.
Caia mas não sinta-se um derrotado(a)
Levante-se erga a cabeça, e tente novamente
Pois o justo cai sete vezes, mas sete vezes Deus o levanta.
Que a queda sirva de alicerce, para seus dias vindouros
Pois a vida não teria graça nenhuma , se não houvesse obstáculos.
A cada obstáculo que passamos nos sentimos mais fortes...
Tenha um bom fim de ano , e tudo de bom no ano que se aproxima.
Feliz 2010
Professora Ibegi

melhor festa EE professor José Jorge

INTERAGINDO NA ESCOLA

cha de bebe

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Pronomes demonstrativos e Crase

Os pronomes demonstrativos demonstram a posição de um elemento qualquer em relação às pessoas do discurso, situando-os no espaço, no tempo ou no próprio discurso.
Eles se apresentam em formas variáveis (gênero e número) e não-variáveis.
Pronomes Demonstrativos


Primeira pessoa Este, estes, esta, estas, isto
Segunda pessoa Esse, esses, essa, essas, isso
Terceira pessoa Aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo

- As formas de primeira pessoa indicam proximidade de quem fala ou escreve:

Este senhor ao meu lado é o meu avô.

Os demonstrativos de primeira pessoa podem indicar também o tempo presente em relação a quem fala ou escreve.

Nestas últimas horas tenho me sentido mais cansado que nunca.

- as formas de segunda pessoa indicam proximidade da pessoa a quem se fala ou escreve:

Essa foto que tens na mão é antiga?

- os pronomes de terceira pessoa marcam posição próxima da pessoa de quem se fala ou posição distante dos dois interlocutores.

Aquela foto que ele tem na mão é antiga.


Uso do pronome demonstrativo

Os pronomes demonstrativos, além de marcar posição no espaço, marcam posição no tempo.

- Este (e flexões) marca um tempo atual ao ato da fala.

Neste instante minha irmã está trabalhando.

- Esse (e flexões) marca um tempo anterior relativamente próximo ao ato da fala.

No mês passado fui promovida no trabalho. Nesse mesmo mês comprei meu apartamento.

- Aquele (e flexões) marca um tempo remotamente anterior ao ato da fala.

Meu avô nasceu na década de 1930. Naquela época podia-se caminhar à noite em segurança.

Os pronomes demonstrativos servem para fazer referência ao que já foi dito e ao que se vai dizer, no interior do discurso.

- Este (e flexões) faz referência àquilo que vai ser dito posteriormente.

Espero sinceramente isto: que seja muito feliz.

- Esse (e flexões) faz referência àquilo que já fio dito no discurso.

Que seja muito feliz: é isso que espero.

- Este em oposição a aquele quando se quer fazer referência a elementos já mencionados, este se refere ao mais próximo, aquele, ao mais distante.

Romance e Suspense são gêneros que me agradam, este me deixa ansioso, aquele, sensível.

- O (a, os, as) são pronomes demonstrativos quando se referem a aquele (s), aquela (s), aquilo, isso.

Recuso o que eles falam. (aquilo)

- Mesmo e próprio, pronomes demonstrativos, designam um termo igual a outro que já ocorreu no discurso.

As reclamações ao síndico não se alteram: são sempre as mesmas.

*são usados como reforço dos pronomes pessoais.

Ele mesmo passou a roupa.

*como pronomes, concordam com o nome a que se referem.

Ela própria veio à reunião.
Eles próprios vieram à reunião.
Por Marina Cabral
CRASE

Crase é a fusão de duas vogais idênticas. Representa-se graficamente a crase pelo acento grave.
Fomos à piscina
à artigo e preposição
Ocorrerá a crase sempre que houver um termo que exija a preposição a e outro termo que aceite o artigo a.
Para termos certeza de que o "a" aparece repetido, basta utilizarmos alguns artifícios:
I. Substituir a palavra feminina por uma masculina correspondente. Se aparecer ao ou aos diante de palavras masculinas, é porque ocorre a crase.
Exemplos:
Temos amor à arte.
(Temos amor ao estudo)
Respondi às perguntas.
(Respondi aos questionário)
II. Substituir o "a" por para ou para a. Se aparecer para a, ocorre a crase:
Exemplos:
Contarei uma estória a você.
(Contarei uma estória para você.)
Fui à Holanda
(Fui para a Holanda)
3. Substituir o verbo "ir" pelo verbo pelo verbo "voltar". Se aparecer a expressão voltar da, é porque ocorre a crase.
Exemplos:
Iremos a Curitiba.
(Voltaremos de Curitiba)
Iremos à Bahia
(Voltaremos da Bahia)
Não ocorre a Crase
a) antes de verbo
Voltamos a contemplar a lua.
b) antes de palavras masculinas
Gosto muito de andar a pé.
Passeamos a cavalo.
c) antes de pronomes de tratamento, exceção feita a senhora, senhorita e dona:
Dirigiu-se a V.Sa. com aspereza
Dirigiu-se à Sra. com aspereza.
d) antes de pronomes em geral:
Não vou a qualquer parte.
Fiz alusão a esta aluna.
e) em expressões formadas por palavras repetidas:
Estamos frente a frente
Estamos cara a cara.
f) quando o "a" vem antes de uma palavra no plural:
Não falo a pessoas estranhas.
Restrição ao crédito causa o temor a empresários.
Crase facultativa
1. Antes de nome próprio feminino:
Refiro-me à (a) Julinana.
2. Antes de pronome possessivo feminino:
Dirija-se à (a) sua fazenda.
3. Depois da preposição até:
Dirija-se até à (a) porta.
Casos particulares
1. Casa
Quando a palavra casa é empregada no sentido de lar e não vem determinada por nenhum adjunto adnominal, não ocorre a crase.
Exemplos:
Regressaram a casa para almoçar
Regressaram à casa de seus pais
2. Terra
Quando a palavra terra for utilizada para designar chão firme, não ocorre crase.
Exemplos:
Regressaram a terra depois de muitos dias.
Regressaram à terra natal.
3. Pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aqueles, aquilo.
Se o tempo que antecede um desse pronomes demonstrativos reger a preposição a, vai ocorrer a crase.
Exemplos:
Está é a nação que me refiro.
(Este é o país a que me refiro.)
Esta é a nação à qual me refiro.
(Este é o país ao qual me refiro.)
Estas são as finalidades às quais se destina o projeto.
(Estes são os objetivos aos quais se destino o projeto.)
Houve um sugestão anterior à que você deu.
(Houve um palpite anterior ao que você me deu.)
Ocorre também a crase
a) Na indicação do número de horas:
Chegamos às nove horas.
b) Na expressão à moda de, mesmo que a palavra moda venha oculta:
Usam sapatos à (moda de) Luís XV.
c) Nas expressões adverbiais femininas, exceto às de instrumento:
Chegou à tarde (tempo).
Falou à vontade (modo).
d) Nas locuções conjuntivas e prepositivas; à medida que, à força de...
OBSERVAÇÕES: Lembre-se que:
Há - indica tempo passado.
Moramos aqui há seis anos
A - indica tempo futuro e distância.
Daqui a dois meses, irei à fazenda.
Moro a três quarteirões da escola.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Verbos no Infinitivo

Conceitos:
Antes de entender de uma vez por todas o emprego do infinitivo, urge saber que a eufonia (som agradável) deve imperar no seu emprego.

As regras trazidas pelas gramáticas não são sólidas e estão, segundo os próprios livros, submetidas ao princípio da agradabilidade sonora. Isso quer dizer que, em alguns casos, é possível renunciar às poucas regras enunciadas, em virtude de uma sonoridade mais natural e agradável.
Para entendermos as regras, vamos compreender alguns conceitos:

1) infinitivo – é o verbo em seu estado natural, terminando em ar, er ou ir (e or, no caso do verbo pôr).

Exemplos: cantar, estudar, vender, soer, partir, etc.;

2) infinitivo pessoal – é aquele que, como o próprio nome diz, se refere às pessoas do discurso. Exemplos: para eu amar, para tu amares, para ele amar, para nós amarmos, para vós amardes, para eles amarem. Veja que em tu, nós, vós e eles há uma terminação especial no verbo, que indica que ele é flexionado (mos, por exemplo, mostra que o verbo se refere à pessoa nós);

3) infinitivo impessoal – é o infinitivo que não se flexiona de acordo com as pessoas do discurso. Fica sempre do mesmo jeito: chorar, amar, sofrer, resistir, etc.
1) Tomemos como exemplo a frase A professora ensinou os alunos a estudarem. A Gramática padrão reza que o infinitivo deve ser flexionado:

A professora ensinou os alunos a estudarem. Por quê? É que essa frase tem dois verbos (ensinar e estudar), cada um com seu sujeito, o qual é encontrado perguntando-se Quem? ao verbo. Quem ensinou? A professora é sujeito; Quem estudar? Os alunos é o sujeito.

Viu só? Essa é uma das principais regras do infinitivo. É notório que, se os dois verbos possuírem o mesmo sujeito, o infinitivo será impessoal: Elas devem repor as energias (quem deve? Elas; quem repor? Elas). Ficaria bastante ruim Elas devem “reporem”.

Detalhe importante: se o verbo introduzido por preposição (principalmente a, sem, com, em, de) estiver no início da frase, preferir-se-á o infinitivo flexionado, mesmo que tenha o mesmo sujeito do outro verbo da frase: Sem comerem, ficarão desnutridos. Por eufonia, no entanto, pode-se manter o infinitivo não-flexionado, principalmente quando o verbo vier depois do sujeito: Ficarão desesperados ao encontrar o pai.
2) A professora mandou os alunos estudar ou estudarem? Tanto faz. Pode usar o infinitivo pessoal ou o impessoal (ver Deixa eu, deixa-me).

Atente nos verbos mandar, fazer, sentir, deixar, ouvir, ver, etc., quando seguidos de sujeito de um verbo no infinitivo. Nesses casos, o infinitivo pode flexionar-se ou não. Veja só: Você já deixou AS MENINAS brincarem (ou brincar)? Verbo deixar + sujeito (as meninas) + verbo no infinitivo (brincar ou brincarem).

Outros exemplos: Todos os deputados ouviram AQUELAS CRIANÇAS gritarem (ou gritar); Veja OS BOIS morrerem (ou morrer); etc. Observação: se o sujeito do verbo no infinitivo for um pronome oblíquo (o, a, os, as, me, te, se, nos, vos), o infinitivo obrigatoriamente será impessoal (não-flexionado).

Exemplos: Eu OS vi morrer (quem morrer? Os – que substitui os bois – é o sujeito; Você já AS deixou brincar?; “E não NOS deixeis cair em tentação”; etc.

Aconselha-se, no entanto, que o infinitivo seja flexionado quando a ação for reflexiva (sai do sujeito e volta a ele), recíproca (troca de ações entre seres) ou passiva (o sujeito sofre uma ação): Vi-os ajoelharem-se perante mim (a ação de ajoelhar residiu no próprio sujeito); Deixamos os garotos se olharem (um olhou o outro – troca de ações); Deixamos as moedas se gastarem (... as moedas serem gastas – veja que as moedas sofrem a ação de serem gastas).

Aliás, sempre que estiver na voz passiva, o infinitivo será flexionado se o sujeito for plural: Os trabalhos a serem feitos estão na mesa; O trabalho a ser feito...
3) Quando se quiser enfatizar que o sujeito da ação é indeterminado (não se sabe quem é ou não se quer revelar), o infinitivo é flexionado.

Exemplo: Ouvi falarem mal de você.
4) É bastante freqüente também a construção de locuções (locução, em Gramática, é o mesmo que duas ou mais palavras desempenhando o papel de uma) com os verbos continuar, estar, começar, acabar, tornar, etc. + preposição a ou de + verbo no infinitivo.

Exemplos: Elas começaram a chorar; Nossos primos acabaram de chegar; Vocês continuarão a nos provocar?; etc. Como se pode observar, o infinitivo não é flexionado nesse caso. Na verdade, ele já foi discutido, pois trata-se de verbos que possuem o mesmo sujeito.
5) Quando o infinitivo complementar adjetivos (fácil, difícil, bom, disposto, cansado, etc.), também não será flexionado.

Exemplos: Que exercícios difíceis de resolver; Os soldados estão dispostos a morrer pela pátria?; etc.

Por: www.cursoderedacao.com

Gerundismo

A PRAGA DO "GERUNDISMO"


Frases como ..eu vou estar transferindo a ligação..
surgiram no telemarketing.
Mas já se instalaram no topo. lá na diretoria


......Não acredito no purismo lingüístico, não. Desde que o homem é homem, as culturas e, conseqüentemente, as línguas se interpenetram. Hoje, quem é que reclama da palavra "otorrinolaringologista", todinha grega? Quem é que não usa a palavra "garagem" (ou "garage", tanto faz), que vem do francês? Mas (quase) tudo na vida tem limite. Em se tratando da língua, ou, mais especificamente, dos estrangeirismos, o limite é imposto pelo bom senso. Não vejo o menor sentido, por exemplo, no tosco uso da palavra off, que aparece na porta de algumas lojas. Não se trata de caso que enriquece a língua, que preenche espaço até então vago etc. Trata-se de subdesenvolvimento mesmo. Incurável. Ou, como dizia Nelson Rodrigues, do complexo de vira-lata. No lugar de off, parece conveniente usar a ultraconhecida palavra "desconto", cujo significado qualquer brasileiro conhece.
......Que me diz o leitor de traduzir "Smoking is not allowed" por ''Fumando não é permitido"? Alguém teria coragem de traduzir smoking por "fumando" nesse caso? Certamente não, mas muita gente traduz ao pé da letra frases como "I will be sending" ou "We will be booking" (por "Vou estar enviando" e "Vamos estar reservando", respectivamente). Como se vê pela mensagem com que se avisa que não é permitido fumar, o gerúndio inglês nem sempre continua gerúndio quando traduzido para o português.
......Onde estaria a inadequação de frases como "O senhor pode estar anotando o número?" ou ''Um minuto, que eu vou estar transferindo a ligação", que hoje em dia pululam e ecoam nos escritórios, no telemarketing etc.? O problema não está na estrutura - "flexão dos verbos 'ir', 'poder' etc. + estar + gerúndio" -, mas no mau uso que dela se tem feito. Essas construções são da nossa língua há séculos, ou alguém teria peito de dizer que uma frase como ''Eu bem que poderia estar dormindo" é inadequada?
......Qual é o problema então? Vamos lá.
......Quando se diz, por exemplo, "Não me telefone nessa hora, porque eu vou estar almoçando", indica-se um processo (o almoço) que terá certa duração, que estará em curso, mas - santo Deus! -, quando se diz ''Um minuto, que eu vou estar transferindo a ligação", emprega-se a construção "vou estar transferindo" para que se indique um processo que se realiza imediatamente. Quanto tempo se leva para a transferência de uma ligação? Meses ou segundos? O diabo é que, para piorar, "Vou estar transferindo" é uma verdadeira contorção verbal, que substitui, sem nenhuma vantagem, a construção "Vou transferir", mais curta, rápida, direta - e apropriada.
......A moda do "gerundismo" (essa de "O senhor tem que estar pegando uma senha", "Vamos ter que estar trocando a embreagem do seu carro", "Ela vai precisar estar voltando aqui amanhã", "A empresa vai poder estar fornecendo as peças" e outras ultrachatices semelhantes) só tem uma coisa de bom: o caráter democrático. ......Traduzo: a praga pegou da telefonista ao gerente, da faxineira ao diretor-presidente.
......E quem começou tudo isso? Não se sabe, mas me atrevo a dizer que nasceu da tradução literal do inglês (de manuais ou assemelhados).
......Recentemente, um motorista me disse: "Professor, agora o senhor vai ter que estar me dizendo em que rua eu vou ter que estar entrando". Se eu tivesse levado a sério a pergunta dele, deveria ter respondido isto: "Naquela rua, naquela rua, naquela rua, naquela rua, naquela rua, naquela rua, naquela rua, naquela rua...". E, assim que ele entrasse na tal rua, eu deveria exigir que ele parasse o carro, engatasse a ré e ficasse entrando e saindo da rua (ou entrando na rua e saindo dela, como preferem os que amam a sintaxe. rigorosa), até moer a embreagem, os pneus... Até o gerundismo sumir do mapa!

Este seu artigo foi publicado na edição nº1894 da Revista Veja..
Pasquale Cipro Neto é professor de língua portuguesa. consultor e colunista de diversos órgãos da imprensa e o idealizador e apresentador do programa Nossa Língua Portuguesa, da TV Cultura.